A Importância da Educação Sexual na Adolescência



O primeiro contato sexual está cada vez ocorrendo mais cedo entre os jovens. Meninos e meninas, por motivos diversos, tornam-se sexualmente adultos num período da vida em que as dúvidas sobre temas como gênero, identidade de gênero, sexo, sexualidade, direitos reprodutivos e DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) não estão totalmente esclarecidos na mente deles. Com isso, um tsunami de problemas de ordem biológica, psicológica e social pode ser gerado quando não há um acompanhamento educacional, a partir do instante que o jovem começa a manifestar as primeiras oscilações da libido, na qual fará parte da vida dele na fase adulta.

O envolvimento cada vez mais precoce entre adolescentes na vida sexual tem se tornado algo corriqueiro. Antigamente, muitos tinham a sua primeira experiência sexualmente ativa entre os 16 e 17 anos de idade, porém, atualmente, essa faixa etária varia entre os 13 e 15 anos de idade. Essa estimativa pode ser evidenciada na rotina diária de muitos brasileiros, sobretudo nas regiões onde a pobreza é extrema, visto que a desigualdade social em algumas regiões ainda é um dos principais causadores da prematuridade sexual juvenil. Isso é preocupante, pois enfatiza que a falta de uma orientação sexual está intimamente ligada aos fatores sócio-culturais e econômicos.

Devido a isso, o número de adolescentes grávidas continua crescendo, da mesma forma que o índice de abortos nessa fase aumenta proporcionalmente. Muitas delas, antes de ter o primeiro contato sexual, não tiveram uma orientação adequada sobre os seus direitos sexuais e reprodutivos. Isto por que, muitas escolas tratam desse assunto de forma conceitual sem contextualizar a realidade pela qual muitas delas vivem. Além disso, o ambiente familiar ainda trata como tabu a sexualidade feminina, procedimento este fruto de uma cultura altamente conservadora e, sobretudo machista.

Entre os garotos acontece o processo inverso, uma vez que muitas vezes os próprios pais são os primeiros a estimular a prática sexual deles. Geralmente é a figura paterna que se encarrega de dar os passos iniciais nessa questão, orientando os filhos da necessidade que eles têm de começar imediatamente a sua vida sexual. Com essa atitude, às vezes inconsciente, contribuem para que esses adolescentes se aventurem em práticas sexuais desprevenidas. O resultado disso é a consolidação de pais prematuros e despreparados para assumir determinadas responsabilidades, quando não, contraem alguma doença sexualmente transmissível.  

Só no Brasil, o número de jovens que são contaminados por doenças ligadas ao sexo, principalmente na primeira relação de uma das partes, cresce a cada ano. No entanto, essa realidade não está ligada a falta de investimento governamental no que se refere aos contraceptivos. Pelo contrário, a cada ano o governo amplia o quantitativo de métodos anticoncepcionais, abrangendo localidades onde esses recursos eram escassos ou inexistentes. O que falta é uma educação sexual contextualizada, ou seja, não basta dizer que existem riscos de se contrair uma doença ou uma gravidez indesejada. É preciso exemplificar, com fatos da realidade desses jovens, os possíveis riscos que eles podem sofrer com a iniciação descabida da própria sexualidade.

Os males que uma má educação sexual pode causar são inúmeros, além de deixar sequelas profundas no corpo e no psicológico dos jovens, muitas delas até irreversíveis. Para que isso seja evitado um simples diálogo informal dentro de casa entre pais e filhos pode evitar uma gravidez não desejada ou até mesmo uma DST. A escola também merece destaque pois sobre ela recai a responsabilidade de orientar os jovens sobre os perigos acarretados pelo não uso dos métodos contraceptivos. Portanto os dois alicerces básicos, a escola e a família, têm a obrigatoriedade de guiar essa juventude para um caminho mais consciente, no qual ele solidifique o respeito pelo próprio corpo e pelo do parceiro(a).

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