Para a Homofobia não há Justificativa



Os constantes ataques contra a comunidade LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transsexuais) deram origem a um neologismo que classifica os atos de violência cometidos contra essa classe. Homofobia é o nome da palavra em questão que trás no seu bojo as marcas da brutalidade de grupos extremistas, pautados num discurso dito “conservador” como justificativa para insultar, maltratar, inferiorizar e muitas vezes matar homossexuais no Brasil e mundo a fora. Essa onda de selvageria está alicerçada em normas sociais as quais dizem que a homossexualidade é uma abominação e deve ser contida. Ora, isto seria motivo suficiente para justificar a matança dos gays, como se estes fossem pragas sociais, ou uma epidemia que precisasse ser contida?

A nossa educação religiosa herdada, principalmente da cultura Cristã, e depois incorporada pelas Igrejas Evangélicas, pode ser destacada como a principal causa da perseguição contra os homossexuais. Essas instituições usam as escrituras sagradas para disseminar o ódio e a intolerância, dizendo para isto que a homossexualidade vai de encontro às leis de Deus e sendo assim, deve ser abolida da sociedade. Tal posicionamento, no entanto, não pode ser visto com total racionalidade, pois além de não justificar em completude a homossexualidade por um viés humanístico, contribui para alavancar os já altos índices de violência humana, reproduzidos com assiduidade pelos meios midiáticos.

Só no Brasil, por exemplo, tem se presenciado com perplexidade o tsunami de crueldade que está avançando contra a comunidade gay. Mesmo com conquistas significativas, como por exemplo, a aprovação recente da União Homoafetiva pelo Supremo Tribunal Federal – STF, os gays do país enfrentam um vilão ainda indomável por aqui, a violência. Esta que cresce assustadoramente, como sempre noticia o site do Grupo Gay da Bahia – GGB, que faz constantes levantamentos sobre a dura realidade vivida pelos LGBTTs no país. Geralmente muitos dos crimes de ódio contra os gays são motivados por razões desconhecidas, ou seja, mata-se por pura crueldade, ou pelo fato da vítima ser homossexual assumido.

Os chamados homofóbicos, pessoas que se sentem afrontadas com a presença/existência de gays na sociedade, são os principais responsáveis pelas barbáries defrontadas contra os LGBTTs. Eles, os homofóbicos, falam mal, batem e até matam homossexuais por se dizerem aversos as práticas sexuais de suas vítimas. Entretanto, a psicanálise explica, na figura renomada de Freud, que tamanho ódio nada mais é do que um conflito interior que tenta negar algo que está dentro do subconsciente do agressor. Em outras palavras, a pessoa homofóbica não consegue entender a homossexualidade por que algum membro da cadeia que constitui a sua própria sexualidade não está totalmente solidificado. Por isso, apoiam-se na força bruta como válvula canalizadora para expulsar de dentro os tormentos que lhe afligem. Porém, isso não justifica a brutalidade pelo qual os gays vêm sendo tratados nos últimos anos por esses trogloditas.

Para alguns, entender que a homossexualidade é uma prática tão normal quanto à heterossexualidade parace impossível. Por causa desse bloqueio, muitas pessoas se armam com um discurso violento, ou até mesmo com a força física, fazendo com que cresça no país os crimes desse gênero. Diferente do que muitos pensam a homossexualidade não veio para extinguir a raça humana. Ela, como se sabe, sempre existiu e continuará existindo, por isso qualquer argumento contra sua presença será inútil e a tentativa de conté-la será igualmente frustrada. Assim, não é na base de socos e ponta-pés que a sociedade vai “conter” a homossexualidade de ninguém. Ela não é um animal irracional que deve ser preso, acorrentado ou caçado. Homossexual é antes de tudo um ser humano e merece ter seus direitos perpetuados, preservados e, sobretudo respeitados.




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