A vida do ser humano é composta de fases. Já nos primeiros anos de vida somos inseridos numa sociedade de cobrança que a todo o momento espera uma postura nossa, a qual varia com o passar do tempo. Nesse caminho, alguns momentos são determinantes para a nossa formação social. Um deles, quiçá o principal, é a escolha da profissão. Isto porque ela se dá numa época turbulenta, conhecida pelos anseios, dúvidas e, sobretudo pelos temores, a tão impetuosa adolescência. Nela jovens são questionados sobre o rumo que darão a sua vida profissional, da qual refletirá categoricamente na pessoal. Neste instante o peso dessa responsabilidade é sentido e muitas escolhas acabam sendo feitas de forma equivocadas, fazendo com que profissionais, que poderiam ser brilhantes nas suas áreas, acabem se tornando figuras frustradas, por terem feito uma opção imatura.
Para muitos é complicado exigir que pessoas tão novas escolham precocemente a profissão definitiva da sua vida. Na verdade, falar num emprego eterno atualmente é muito controverso, visto que o advento da globalização tem exigido um perfil de trabalhador mais eclético, capaz de se adequar as várias facetas do mercado. Para entender, e depois se inserir nessa multiplicidade empregatícia, os jovens são submetidos a inúmeras provas, a mais conhecida, e temida, o vestibular. Nele o candidato não apenas terá seus conhecimentos testados, mas após isso ingressará numa instituição superior para se formar e sair preparado para atender, com qualidade, as exigências das grandes e pequenas empresas espalhadas pela sociedade. De forma dinâmica, esses pequenos adultos vão ter que enfrentar obstáculos de gente grande para se firmarem enquanto profissionais.
O mercado anda aquecido, dizem as grandes noticias sobre a economia que, como se sabe, vive uma época latente de progresso em várias partes do mundo. Com esse crescimento, as vagas de emprego proporcionalmente crescem também, exigindo cada vez mais mão de obra. Essa informação, por si só, já deveria ser suficiente para animar os jovens profissionais que estão prestes a ingressar no mercado de trabalho. No entanto, a ampla gama de opções acabou aumentando as dúvidas de muitos adolescentes ávidos por um emprego. Eles se veem divididos entre grandes cargos que oferecem remunerações vantajosas ou ter que escolher uma área da qual realmente tem afinidade. Em cima do muro, muitos recorrem aos conselhos de especialistas, dos quais afirmam que não adianta escolher um emprego apenas pelos altos salários. A satisfação pessoal deve estar em primeiro lugar.
Entretanto, a sociedade de consumo, a qual impõe um modelo de vida centrada na compra demasiada de bens, diz que o ideal é escolher carreiras que ofereçam bons salários, estes que poderão garantir um futuro mais promissor para o individuo que pretende constituir família e fazer uma carreira de sucesso. Tal opinião também é compartilhada por muitas famílias que esquecem a diferença entre impor e orientar. Elas geralmente são as principais influências na decisão tomada pelos jovens. Direta ou indiretamente, pais e familiares tentam direcionar seus filhos para rotas hereditárias de trabalho, as quais se baseiam em perpetuar uma herança profissional da família. Dai encontrarmos com facilidade exemplos de jovens que escolhem seguir a mesma profissão dos pais, a qual é escolhida não por vocação, mas sim por uma tradição que muitas vezes não é de foro intimo.
Essa postura, de certa forma, acaba afetando a individualidade humana, já que mesmo na juventude o individuo é capaz de optar pelo rumo da sua vida profissional. Contudo, o que ocorre é um mar de questionamentos, estes que ocupam os espaços de testes vocacionais a procura de solução. Logo, não é coerente interferir diretamente numa escolha que deve ser primordialmente realizada pelos jovens. Numa busca íntima, eles devem procurar cargos que possam unir a satisfação pessoal com uma boa remuneração salarial para que então a carreira seja realmente bem sucedida. Qualquer escolha, portanto, deve ser feita com muita calma e maturidade, para que uma opção errônea não forme profissionais frustrados e mal preparados.
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