QUEM NUNCA LEVOU UM FORA?


Eu já levei! E acredito que você também.
Levar um fora de quem gostamos não é fácil.
Significa quebrar todas as nossas expectativas.
Retira de nós todas as esperanças.
É ser rejeitado por quem queríamos por perto.
Representa não ter aquele abraço, o beijo.
O cheiro, o sorriso, o modo de falar...
Nada mais parece ter a mesma sensação para nós.
Não será possível sentir a respiração do outro.
O calor do corpo que imaginávamos não será nosso.
No seu lugar, apenas as frias palavras ditas:
"Eu não quero você!"
Isso quando é dito sem piedade.
Todavia, quando o fora é educado é ainda pior:
"Desculpa, mas te vejo apenas como amigo (a)"
Seja qual for a forma, é difícil de digerir.
As palavras descem como fel por goela abaixo 
Rapidamente procuramos nos enterrar no chão de vergonha.
Mas, a vontade é de afundarmos no magma da terra.
O desejo é substituído por frustração.
Todos os nosso sonhos viram tristes realidades.
"Eu não terei nada com aquela pessoa" 
:(
Nosso sistema de defesa rapidamente entra em ação.
Para disfarçar a dor, é comum frases do tipo:
"Eu não tava tão afim mesmo". Ou:
"Ele(a) não me merecia".
Os amigos tentam ajudar piorando a situação:
"É isso mesmo, amigo(a)"
Frases que fortalecem o ego mas não enganam o coração.
O sentimento por aquela pessoa continua lá.
Vivo, latente, castigante...
Demora para ser apagado da memória.
A pessoa que leva o fora dificilmente esquecerá-lo.
Os mais fortes tentam disfarçar o constrangimento.
Fingem ser fortes para as pessoas as redor.
(É preciso dar a volta por cima, não é verdade) 
;)
Mas, muitos, sofrem amargurados e em silêncio.
Os mais fracos choram, bebem, fazem loucuras...
Há a fase dos questionamentos:
"Porque ele(a) não me quer?".
"Será que não sou bonito(a) o suficiente?"
"O que há de errado comigo?"
As perguntas são irrespondíveis.
Busca-se nelas dar a razão ao fora recebido.
Entretanto, nem sempre conseguimos isso.
Depois vem o período de negação:
"Não quero ficar com mais ninguém!"
"Não adianta falar, eu não merecia ficar com ele(a)"
"É muita areia pro meu caminhão"
Negar-se assim também é um mecanismo de defesa.
As hipérboles são mais bem vindas que os eufemismos.
Mesmo que por dentro haja um apelo à sinestesia.
Os melancólicos também cabem aqui:
"Ninguém gosta de mim".
"Não consigo arranjar ninguém".
"Acho que não sou bom(boa) o bastante".
Ficar de mimimi não vai ajudar a superar o fora.
Nem tampouco ficar de deprê.
Quando sofremos o bastante das lágrimas ressecarem a pele.
É preciso enxugar o rosto e voltar a sorri.
Depois que desabafamos com todos ao nosso redor.
É necessário para de falarmos e arquivar esse tema a sete chaves.
Se fraquejamos diante de quem desejamos.
É hora de buscar forças e seguir adiante.
(Ninguém morre por causa de um fora, não é?!)
Após tudo isso, perceberemos que não perdemos nada.
Pelo contrário, as perdas nos ajudam a ganhar.
Não só maturidade, mas discernimento e amor próprio.
Talvez quem desejamos fosse incapaz de nos completar.
Arriscaríamos tudo por uma vida de aparências e infeliz.
Talvez o fora foi um favor, quem sabe até um presente.
É sempre bom nos livrarmos de relacionamentos complicados.
Ninguém merece isso.
O que nós merecemos é sermos desejados.
Quem sabe ao nosso redor não ha alguém interessado em nós.
Não percamos tempo com ilusões que só nos magoam.
Se quem queríamos não nos quer.
Haverá quem não nos dirá não.
Mas até lá nada de encarar o fora como algo ruim.
Não perdemos o jogo por isso, apenas não ganhamos uma partida.
Há muito o que se jogar.
Pense apenas que a cada fora recebido aumentará ainda mais nossa chance de vitória.
O mundo não é redondo à toa.
Por isso, fora o fracasso.
Vamos a luta porque nenhum fora vai nos deixar de fora do amor 

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