A
corriqueira sucessão de absurdos advindos da gestão de loucuras que rege o
nosso país não cansa de se autossuperar. Chega a nos furtar o ar todas as
vezes, e não são poucas, em que o presidente mais insano que o Brasil já teve
anuncia na sua principal tribuna, o Twitter, as mudanças pretendidas para a
sociedade; todas elas levando em conta seus próprios devaneios alucinógenos.
Deve ser algo de propósito, pois sem oxigênio suficiente, as funções cerebrais
ficam comprometidas. Assim, sufocar a mentalidade social até a exaustão faz
parte do projeto político do atual presidente, já que pensar nos dias de hoje
transformou-se em uma arma mais letal do que aquela metálica defendida pelo clã
de dedinhos apontados.
Por essas
razões também, a educação tornou-se fantoche no jogo delirante do governo de
alienar a sociedade. As Fake News, popularizadas no período eleitoral, foram
apenas o primeiro passo. Agora, para que o emburrecimento social esteja
completo, é preciso atacar a formação da intelectualidade do país, criando mais
zumbis do que os muitos existentes. Para tanto, precisamos enumerar os tiros e
contabilizar os estilhaços: escola sem partido; educação domiciliar; proibição
da educação sexual nas escolas; permissão para filmar professores nas aulas;
vilipêndio da vida, obra e contribuição de Paulo Freire; exaltação do
descredenciado Olavo de Carvalho; notório saber em detrimento da formação
específica dos educadores; corte nas verbas das universidades federais do
Brasil.
Qualquer
pessoa mentalmente saudável precisaria de um balão de oxigênio para refrescar
os pulmões diante dessa lista sufocante. Entretanto, a paulatina vereda do não
saber, não questionar e não refletir chegou às universidades. Numa tática de
retaliação, o governo infantiloide brinca de se vingar daqueles que promoveram
qualquer tentativa de se opor ao seu plano político de alienar o país, e
estende o revanchismo a outras instituições da nação. A desculpa? "Vamos
investir na educação de base!". Outra falácia descarada recentemente rebatida
pelos veículos de informação, os quais comunicaram também novos cortes na
educação basilar brasileira.
Em mais
uma contraditória ação, o "mito" prova que nem a base nem o topo são
a prioridade do seu plano educacional (se é que pode haver algum tipo de
educação em seu governo), mas sim a mediocridade, a mesmice, o entorpecimento
social a serviço da mera perpetuação de tolices. Quem são seus principais
alvos, para além da educação? Professores e alunos! Talvez não nesta ordem. Os
primeiros têm seus direitos cerceados por um plano governamental focado em
silenciar os docentes, impedindo que qualquer reflexão chegue às salas de aula
brasileira. Para os outros os impactos são ainda mais nocivos. Trata-se de
hipnotizar os mais jovens a acreditar em um projeto de governo
inquestionavelmente desumano, violento, elitista, ofuscando e deturpando meios
mais humanísticos de se ensinar.
O reflexo
disso já está em voga. Há hordas de professores e estudantes sob o efeito
viciante da droga Bolsonaro, chapados com suas ideias estapafúrdias de mudar o
país literalmente a tapas. O medo fez com que a violência fosse injetada nas
veias de muitas dessas pessoas criando uma espécie de Cracolândia de proporções
nacionais. Lamentavelmente, nossa única forma de reabilitação, o saber oriundo
da educação, está sendo duramente atacada por aqueles que mais deveriam
protegê-la. Assim, mais drogados políticos se proliferam na sociedade
alardeando boçalidades sob o efeito delirante do tráfico de influência de
Bolsonaro.
Fica então
o questionamento: por que tanto esmero em se debruçar sobre a educação, numa
nação que ocupa os piores indicadores sociais nessa área no mundo, onde a
valorização docente e a autonomia pedagógica nunca foram prioridades? Uma das
respostas pode estar neste texto, porém, inebriados de tantas mentiras, muitos
não conseguirão concatenar. Outros esclarecimentos estão guardados em cada um
de nós, basta apenas que haja um exame antidoping coletivo para descobrir e
purificar as toxinas injetadas. Se isso não for feito às pressas, continuaremos
doidões e a educação uma droga.
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